Meu imóvel foi invadido: fazer boletim de ocorrência adianta ou é perda de tempo?
Publicado em 03 de jul. de 2025
Você chegou no seu imóvel e viu que foi invadido. Cadeado trocado, cerca feita, alguém morando, construindo ou se dizendo dono. Dá vontade de meter o pé na porta, mas a pergunta que vem é:
“Vale a pena ir na delegacia e fazer boletim de ocorrência?”
A resposta é: sim, vale — mas com algumas observações.
O boletim de ocorrência resolve sozinho?
⚠️ Não. O B.O. por si só não tira o invasor do seu imóvel.
Ele serve como prova de que você agiu rapidamente, comunicou o fato às autoridades e registrou a invasão. Mas pra retomar o imóvel, é preciso entrar com ação judicial, normalmente a ação de reintegração de posse com pedido de liminar.
Então por que vale a pena fazer B.O.?
Veja os motivos:
- 📅 Marca a data da invasão, o que é essencial em disputas judiciais;
- 📸 Serve como prova de que você tentou resolver legalmente;
- 👮♂️ Em alguns casos, a polícia pode ir ao local e verificar a situação;
- 🧾 Ajuda a construir um histórico da posse e dos seus direitos sobre o imóvel;
- ⚖️ Mostra ao juiz que a situação foi comunicada formalmente e você não ficou parado.
Mas atenção: existe algo ainda mais forte que o B.O.
✅ Ata notarial: a prova top no processo
A ata notarial é feita em cartório, por um tabelião, e tem fé pública. Ela registra oficialmente que seu imóvel foi invadido, com descrição de:
- fotos, vídeos,
- construções ou ocupações indevidas,
- e até mesmo o comportamento do invasor.
👉 Nos tribunais, a ata notarial é uma das provas mais fortes. Muito juiz considera ela mais importante que testemunha ou B.O.
Quando fazer B.O. ou ata notarial?
Situação | O que fazer? |
---|---|
Invasão recente / flagrante | 📞 Chame a polícia + faça B.O. |
Invasão já consolidada | 📝 Faça uma ata notarial + procure advogado |
Quer reforçar sua ação judicial | Faça os dois: B.O. + ata notarial |
Em quais casos o B.O. é mais importante?
- Quando o invasor entrou recentemente (até 1 ano e 1 dia);
- Quando há ameaça, violência ou destruição da sua propriedade;
- Quando o invasor tá cometendo crime, como furto, dano ou estelionato;
- Quando você não sabe quem é a pessoa que invadiu.
E se a polícia disser que é “caso civil”?
Isso acontece bastante. A polícia costuma dizer:
“É briga de posse, precisa resolver com advogado.”
E estão certos — a polícia não tira ninguém à força sem ordem judicial (salvo raras exceções de flagrante). O papel dela é registrar o fato e, se houver crime envolvido, investigar.
O que fazer além do B.O.?
- Junte documentos do imóvel: escritura, contrato, IPTU, contas no seu nome;
- Tire fotos e vídeos da invasão (com data se possível);
- Não confronte o invasor sem apoio jurídico;
- Vá até um advogado especializado em imóveis e peça ação de reintegração de posse;
- Peça liminar pra que o juiz mande tirar o invasor com urgência.
E se eu não fizer o B.O.?
Você não é obrigado, mas pode se prejudicar:
- Fica mais difícil comprovar a data exata da invasão;
- Pode parecer que você demorou a agir;
- Perde uma chance de mostrar que você tentou resolver na legalidade.
Então mesmo que a polícia não vá te “ajudar a tirar o invasor”, o B.O. ajuda muito como prova no processo.
Conclusão
Fazer boletim de ocorrência vale a pena, sim. Ele não resolve tudo, mas é um passo importante pra reforçar sua defesa e abrir caminho pra reintegração de posse na justiça.
Mas se você puder ir além, a ata notarial fortalece ainda mais sua prova no processo.
Não espere o invasor se firmar no local. Quanto mais cedo você agir, mais chances tem de recuperar o imóvel sem dor de cabeça.
🚨 Imóvel invadido? B.O. é só o começo. Fala com um advogado parceiro e resolve do jeito certo!
Um advogado especializado vai te ajudar a:
✅ Entrar com reintegração de posse urgente
✅ Pedir liminar pra tirar o invasor rápido
✅ Usar o B.O. e a ata notarial como prova no processo
✅ Recuperar o imóvel com segurança e respaldo legal
Não vacila. Cada dia que passa, o invasor ganha mais força. Protege o que é seu com apoio legal.
Atenção: Isso aqui é informação, não consultoria. Cada caso tem seus detalhes. Se tiver dúvida, fale com advogado especializado em direito imobiliário.